sexta-feira, 23 de março de 2007

Artigo, Não há vagas, será?

Tema recorrente em todas as rodas de discussões no país, o desemprego é e sempre foi um fantasma para todos os governantes e uma ferramenta de manobra política para todos os oposicionistas. Infelizmente o desemprego é muito mais que isso, ele é um dos principais indicadores de que um país beira o abismo financeiro e social.No Brasil, os desempregados são 12%(segundo o IBGE), ou seja, mais de 18 milhões de pessoas que por falta de oportunidade, capacitação ou de uma educação adequada vivem à margem de um país capitalista sem perspectiva de melhora profissional nenhuma.A falta de candidatos para certos cargos profissionais fez surgir uma dúvida: o que existe é desemprego, ou falta de pessoas capacitadas? Países de primeiro mundo também já sofreram muito com o desemprego, mas graças a políticas fortes e grandes decisões tomadas fizeram com que ele fosse reduzido a pequenos números estatísticos. Os EUA são o maior exemplo de recuperação, no ano de 1929 o país enfrentou uma crise financeira sem precedentes e conseguiu dar a volta por cima graças à obstinação de seu presidente e à competência de sua política financeira. Um agravante no caso do desemprego brasileiro é a superlotação das cidades, que não tem condições de manter uma população inativa tão grande, e a falta de capacitação das pessoas, uma vez que, apenas 4% da população tem curso superior completo e apenas 8% estuda em alguma universidade ou curso técnico. Sem perspectiva de melhora na educação um país encontrará grande dificuldade em expandir-se, pois apenas terá mão de obra o suficiente para empregos primários que não proporcionam ao país uma grande expansão financeira.
Casos como o que ocorreu no estado do Amazonas, em que uma instituição oferecia mais de R$ 20 000 de salário para o médico que se candidatasse ao cargo e não conseguiu achar nenhum candidato, intrigam todos os estudiosos do assunto: como um país com tanta gente desempregada, não consegue suprir uma vaga de médico com um salário tão alto? Simples, basta que este país não invista na sua educação; o espantoso no caso do Amazonas não é o fato de que ninguém queira se aventurar num lugar tão longe, mas sim que no maior estado do país não haja médicos o suficiente. Nas últimas semanas o presidente lançou programas que incentivam o estudo, mas, no momento é preciso de alguma medida de curto prazo que diminua rapidamente esta desigualdade absurda que existe no país. Apesar de ser um país rico (sim, o Brasil tem a 10° economia mundial), existem milhões de miseráveis no Brasil. Graças à saída de muita gente do campo para a cidade, as grandes metrópoles não têm capacidade de comportar tanta gente e acabam se criando as favelas, sem saneamento, escolas, hospitais ou qualquer outro indicador de civilização que possibilite uma boa qualidade de vida.
Dizer é uma tarefa fácil acabar com o desemprego é hipocrisia, mas dizer que é impossível é comodidade; medidas como a reforma agrária, investimentos na educação, descentralização econômica dosgrandes centros urbanos e um pouco mais de preocupação com quem precisa, podem resolver em alguns anos esse problema que assombra qualquer país de grande porte.
Uma vez que todas as mudanças no país só dependem de nós, não vamos cruzar os braços, vamos lutar e mudar de qualquer forma o nosso país. Artigo de

minha autoria publicado no jornl folha cidade

2 comentários:

Iuri Botão disse...

Não acho que falta só capacitação não, faltam vagas também! Esse caso do médico do Amazonas é espantoso, mas é também meio isolado, na minha opinião. Existem muitas vagas sem gente capacitada, é verdade, mas existem mais ainda pessoas capacitadas em áreas de mercado saturado.
Mas muito legal seu artigo, abraço

Anônimo disse...

Fiquei orgulhosa, realmente vc esta certo beijo Cici